Surdez pode chegar antes dos 40 anos

Causas da perda auditiva precoce vão de fatores genéticos a exposição à ruídos intensos e por muito tempo, e os tratamentos podem ser cirúrgicos ou o uso de aparelhos auditivos

O primeiro sinal de que a audição não é mais a mesma, de acordo com Rodrigo Kopp Rezende, médico otorrinolaringologista do Instituto de Otorrinolaringologia do Paraná (IPO), é quando a pessoa passa a ouvir zumbidos e tem dificuldades em compreender o que os outros estão falando. “Na maioria das vezes, o paciente perde as frequências mais agudas primeiro, e como ele não percebe, porque usamos frequências mais graves normalmente, isso atrapalha o diagnóstico”, explica.

Casos na família de perda precoce da audição aumentam o risco, mas dentre as principais causas estão os excessos de barulho, medicamentos e infecções que a paciente teve desde a infância. “Alguns tipos de quimioterápicos e antibióticos podem prejudicar a audição, bem como problemas de infecções na infância, doenças sistêmicas como diabetes, problema na tireoide e hipertensão podem influenciar a audição”, afirma Herton Coifman, otorrinolaringologista geriatra, chefe da Otologia do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR).

“A perda auditiva é acumulativa. Se durante a vida a pessoa se expôs a ruídos intensos, acima de 80, 90, 100 decibéis, de forma prolongada, a perda de audição precoce é mais comum, diz Rezende.

Antes dos 30

Trinta anos é uma idade ainda jovem para a perda auditiva precoce, mas que pode ocorrer. Há casos em que a pessoa desenvolve a otosclerose, quando ocorre uma formação anormal do osso esponjoso próximo do estribo, região do ouvido, causando a perda auditiva.

Cuidados

Conforme o motivo da perda auditiva, os tratamentos vão variar de cirurgias ao uso do aparelho auditivo. “Se a perda ocorrer devido a infecção no ouvido, perfuração do tímpano, tem a opção cirúrgica. Mas, se for decorrente de uma perda genética, que vai se desenvolvendo ao longo do tempo, a pessoa vai precisar do aparelho. O importante é fazer o diagnóstico e descobrir a causa para evitar uma perda maior”, afirma Rezende.

O uso do aparelho auditivo é fundamental, segundo Coifman para manter as condições cognitivas do cérebro. “O aparelho reflete no funcionamento do cérebro, em questões de atenção, memória, rapidez de raciocínio. As pessoas perdem isso muito mais cedo quando têm uma perda auditiva precoce”, alerta.

Leia a matéria original publicada na Gazeta do Povo

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